Domingo, 22 de Junho de 2008

"60 horas de trabalho, 90 anos de retrocesso"

jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx

 

"Como se não lhes bastassem a ameaça permanente do desemprego [trabalhadores europeus] e o aumento exponencial do custo de vida, o Conselho de Ministros do Emprego e Assuntos Sociais aprovou, na semana passada, a proposta, de uma directiva que eleva de 48 para 60 horas o limite da semana laboral, mediante acordo da entidade empregadora com o trabalhador. "

(...)

"Por isso, sendo certo que, segundo a directiva, a expansão do horário depende sempre da anuência do trabalhador, "o problema é que, se lhe derem a capacidade de decisão a esse nível, numa circunstância de crise, ele aceitará condições impensáveis", alerta António de Sousa Uva, catedrático de Saúde Ocupacional na Escola de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa."

(...)

"De acordo com os observadores, essa espécie de escravatura consentida seria altamente lesiva. Drenando toda a energia ao trabalhador, que lhe restaria para o exercício de uma cidadania participativa, ou, se quisermos reduzir a questão à escala individual, para simplesmente acompanhar a educação dos filhos? Neste âmbito, trata-se de um contra-senso: "Quando a Europa quer fomentar a demografia, com políticas orientadas para a natalidade, aumentar o tempo de trabalho é um paradoxo", repara Graça."

(...)

"Aquele docente da Escola de Direito da Universidade do Minho só encontra uma explicação para o empenho britânico, e anuência da maioria dos governos da UE, no aumento do tempo de prestação laboral: "Tem a ver com o facto de a Europa se encontrar num esforço competitivo com outros espaços, como os asiáticos e os EUA, onde as regras relativas a um conjunto de prestações sociais são diferentes (ver infográfico), o que acarreta alguma perda de competitividade da UE", declara."

 

Gostava de perceber que vantagem se vê nesta medida. Esforço competitivo com países asiáticos?! Talvez a concorrência que a Europa precisa não seja por esta via, mas sim pela diferenciação com trabalhadores mais qualificados, mais motivados e com serviços e produtos de melhor qualidade, maior diversidade e de maior valor acrescentado. Procurar a especialização em vantagens competitivas que não seja a exploração da mão-de-obra, como os países asiáticos fazem.

 

Num período em que o desemprego está a aumentar, a mim parece-me que uma medida destas só irá agravar ainda mais o desemprego. Para quê contratar mais um trabalhador, se os dois que eu tenho cá podem fazer mais horas?! É menos um salário, menos impostos... Dar a possibilidade de escolha aos trabalhadores?! Poupem-me!

 

E numa Europa envelhecida em que o crescimento/manutenção da população é promovido por fluxos migratórios, para que é que se gasta dinheiro a subsidiar políticas de natalidade para virem medidas destas deitar tudo por terra?!

 


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