Hoje é notícia em todos os jornais o aumento de vagas no ensino superior. Mais 1.500 vagas disponíveis.
Isto soa muito bem. A questão é. Que oferta é essa? Ter mais vagas nos cursos de Medicina parece bem. Gestão... o mercado também absorve. Mas vale a pena manter o número de vagas em certos cursos onde a taxa de desemprego é desanimadora?!
Já veio a Ordem dos Advogados exigir a redução do número de vagas nos cursos de Direito. Só a Clássica tem 510 vagas . Em Portugal existe um advogado por cada 350 habitantes!
Todos nós temos amigos ou conhecemos alguém que terminou o seu curso e continua à procura de trabalho na área.
Politicamente fica bem apregoar mais vagas. Mas é preciso ter em conta de que forma é que o número de vagas corresponde à oferta de emprego que vai compensar o esforço realizado pelos estudantes e pelas famílias.
Jorge A, “Apenas”, as aspas estão lá. Mas de qualquer forma há Universidades em que em primeiro lugar está o lucro, claro está, ninguém anda a fazer caridade. Apenas quanto às universidades públicas podemos ter a certeza que esse não é de todo o seu objectivo primeiro nem último. Quanto à questão da média. Sim a média é obviamente mais baixa pelo nº de vagas, se o primeiro aluno a entrar tem média de 18 se fores descendo nas médias até 100 é diferente de desceres até 500 onde os últimos já podem ter 12. Mas acredita que a média “baixa” na FDL não comove Professores e Assistentes, o nível de exigência é o mesmo que para uma média de 18. A questão é, como no 1º ano o Prof. Ruy de Albuquerque disse, a nossa faculdade não é tão elitista assim..dá oportunidades a todo o tipo de alunos, e acredita, eu conheço gente que entrou para lá com 18 que não tem sido bem sucedido ou desistiu mesmo enquanto pessoas de quem à partida se poderia esperar menos têm tido um percurso exemplar. Isso das médias não tem nada a ver, o que interessa é o que se trabalha e a adaptação a um método disciplinado, rígido extremamente exigente aonde não há espaço para falhas. Claro que te posso dizer que o facto de sermos muitos não é fácil quando não temos assistentes suficientes e cada turma tem mais de 40 alunos e num método de avaliação contínua isso dificulta a vida a toda a gente, mas o problema é a falta de verbas, não os alunos.